Reforma Protestante

 Reforma Protestante (Século XV)

A reforma representou no campo espiritual o que o Renascimento representou no plano cultural. Isto é, uma adequação aos novos tempos incompatíveis com o pensamento medieval.
Durante a Baixa Idade Média, a Europa passou por profundas transformações sociais e econômicas.

Causas da Reforma

- Antagonismos entre a formação do Estado Nacional e o poder temporal da Igreja.
- O progresso capitalista entrou em choque com a filosofia tomista que preconizava o justo-preço e condenava a usura.
- Confronto da teologia tomista, alicerçada no princípio do livre-arbítrio e das boas obras, que norteava o catolicismo, e a teologia agostiniana, que por sua vez defendia a fé e a predestinação usada pelos reformistas.
- Abusos da Igreja Católica, com a venda de indulgências, crise moral dos chefes eclesiásticos, opulência e luxo do alto clero.

Erasmo de Rotterdam e Thomas Morus propuseram uma depuração e uma reforma interna.
No século XIV e início do século XV, John Wicliff, professor de Oxford, e Johann Huss, teólogo da Universidade de Praga, atacaram severamente os abusos da Igreja.

Martinho Lutero

Deu início ao processo reformista na Alemanha, na cidade de Wittenberg.
Defendia a doutrina apenas pela fé. Em sinal de desafio fixou 95 teses, através das quais criticava o sistema dominante.
Foi considerado herege pelo papa Leão X.


Martinho Lutero - Reforma Protestante
Martinho Lutero



O Rei Carlos V, recém eleito pelos príncipes favoráveis a Lutero, não tinha respaldo para cumprir as determinações do papa.
Na Dieta de Worms, Lutero negou se retratar. Traduziu a Bíblia para o alemão, o que deu origem à língua alemã moderna.
A expansão das ideias luteranas fez o rei Carlos V convocar a Dieta de Spira, que decidiu aceitar a prática luterana onde já fora implantada. Porém, proibiu sua expansão. Esse fato gerou protestos dos adeptos da nova religião. Daí, protestante.

A Confissão de Augsburg:

Fundamentou a nova doutrina com os seguintes princípios:
• A fé é a única fonte de salvação (S. Agostinho).
• Nega a transformação do pão e unho em corpo e sangue de Cristo.
• Negação ao celibato e às imagens.
• Substituição do latim pelo alemão nas cerimônias religiosas.
• As Escrituras Sagradas como único dogma.
• O batismo e a eucaristia como os únicos sacramentos.

Paz de Augsburg:

Definiu que cada príncipe poderia escolher sua religião (Cujus regis ejus reeligio).

França e Suíça (Calvinismo)

João Calvino iniciou a reforma na França, onde foi perseguido. Por isso fugiu para a Suíça, onde encontrou mais facilidade para pregar suas teses reformistas.
Suas pregações ecoaram facilmente entre a burguesia de Genebra.
Através das Ordenações Eclesiásticas, as decisões de Calvino eram implacáveis.
A burguesia, que tinha seus lucros censurados pela Igreja Católica, encontrou liberdade total com a doutrina calvinista.

As ideias de Calvino espalharam-se por diversos países europeus.
Exemplos:
Escócia = Presbiteriana.
Inglaterra = Puritana.
França = Huguenotes.
Holanda = Igreja Reformada.

Inglaterra (Anglicanismo)

A Reforma Anglicana teve sobretudo motivos políticos e econômicos.
O rei Henrique VIII rompeu com o Papa alegando problemas de ordem pessoal, cujo pretexto foi o divórcio de sua mulher Catarina de Aragão, da família real espanhola. Casou-se, então, com Ana Bolena.
Publicou no Parlamento o Ato de Supremacia, documento que o tomou chefe da Igreja na Inglaterra.
Em linhas gerais os preceitos são semelhantes aos católicos, mantendo a hierarquia do clero.

Henrique VIII Reforma Protestante
Henrique VIII criaria a Igreja protestante inglesa (Atual Igreja Anglicana)



Consequência da Reforma Protestante

A Contra - Reforma

Com a Reforma Protestante, a Igreja Católica perdeu grande parte do seu patrimônio e milhões de fiéis europeus.
Foram tomadas várias medidas para moralizar a Igreja. As medidas moralizadoras implicaram inclusive em medidas repressivas através do Tribunal da Santa Inquisição.

A nível doutrinário, manteve os mesmos dogmas.
A expansão marítima trouxe compensações, visto que as monarquias ibéricas se mantiveram fiéis ao catolicismo. Dessa forma, clérigos acompanhavam as viagens para evangelizar os povos nativos.
A fundação da Companhia de Jesus, por Inácio de Loyola. foi a principal arma para evangelizar os povos ultramarinos.

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