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Notícia divulgada recentemente pela Folha de São Paulo, revelou que alguns canais do Youtube receberam por volta de 300 mil para gravarem vídeos falando bem da reforma do Ensino Médio. O valor pago para cada um dos canais é por volta de 50 mil reais. O problema não foi a questão da publicidade, já que a plataforma do Youtube permite vídeos patrocinados, desde que o espectador, seja informado que aquele conteúdo é pago.
O grande foco do debate é que vários produtores de conteúdo do Youtube que foram pagos para falar bem do governo, fizeram parecer que foi algo espontâneo, sem patrocínio algum. Após o jornal ter revelado este pagamento publicitário foi inserido no rodapé do vídeo o aviso: "contém promoção paga", conforme podemos observar na figura abaixo:
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Conteúdo pago deve ser informado ao usuário segundo as regras do Youtube. Fonte: Youtube |
Não é errado cobrar para divulgar algum conteúdo porém, deve se observar alguns princípios:
- Quanto eu compartilho realmente do que estou dizendo?
- Testei o produto? Tem algum risco de manchar minha credibilidade?
- Estou sendo obrigado a dizer coisas que não diria naturalmente?
Estes são alguns dos princípios que nós usamos em nossas páginas. Você pode fazer vídeos e artigos patrocinados mas deve deixar claro para o espectador/ leitor que está sendo pago para divulgar aquele conteúdo. Você corre o risco muito grande associando a imagem sua a um produto ou serviço que pode ser descoberto como péssimo no futuro. Imagine o estrago.
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Quanto vale um espaço no seu canal ou blog? Até que ponto você iria para falar bem de algo que não conhece ou acredita por dinheiro? Créditos: pixabay |
Alguns Youtubers contactados para falar bem da reforma do ensino médio se recusaram. Os argumentos, na sua maioria foram pensando na credibilidade e no seu público. Foram corretos. Quem aceitou esqueceu que verbas públicas se tornam informações públicas, uma hora ou outra. Diferente de uma empresa, o governo deve prestar contas no portal da transparência sobre seus gastos e, fica muito fácil descobrir para onde foi o dinheiro. Ingênuo quem acreditou que não seria descoberto.
É complicado aceitar publicidade paga de assuntos polêmicos em discussão como a reforma do Ensino Médio. Seria diferente se o governo pagasse para um vídeo patrocinado sobre a prevenção da Dengue, por exemplo.
O conteúdo patrocinado é permitido, é uma fonte de renda para blogs e canais de sucesso que fazem isto faz tempo. O problema é não deixar claro que está sendo patrocinado, de forma clara e direta para seu público. Seja honesto.
Equipe Mais Educação
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